Brasil pode produzir 4 milhões de toneladas de farelo de soja a mais

No ano que vem, se o teor da mistura de biodiesel ao diesel comercial permanecer em 10% (B10), a expectativa é de que a produção de farelo de soja seja de aproximadamente 39 milhões de toneladas, volume similar ao registrado na atual safra (38 milhões). Porém, se o cronograma original do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) for retomado - B14 em janeiro e fevereiro e B15 de março a dezembro - o farelo produzido pode chegar a 43 milhões de toneladas.

A produção de biodiesel estimula o processamento da soja em grão já que a oleaginosa é a sua principal matéria-prima e agrega alto valor à cadeia produtiva. O biodiesel beneficia indiretamente a produção de proteína animal, que demanda uma grande quantidade de farelo de soja em seu processo produtivo.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), cada ponto percentual a mais de biodiesel na mistura gera maior produção de farelo. Para se ter uma ideia, de 2018 a 2022, 90 milhões de toneladas de soja foram esmagadas a mais devido ao biodiesel. Isso representa cerca de 16% do total processado no período (502 milhões de toneladas).

A retomada da mistura do biodiesel em 2023 também pode incrementar a produção de óleo de soja em mais de um milhão de toneladas, chegando a 11,3 milhões. Se o B10 for mantido, este volume deve ficar em 10,1.

Os dados foram apresentados pelo presidente executivo da ABIOVE, André Nassar, no seminário “As externalidades da Política Nacional de Biodiesel: desafios e expectativas do setor”, promovido pela Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), na última terça (22), na Câmara dos Deputados (Brasília).

As iinformações são da ABIOVE.

Fonte: Agrolink

Data: 28/11/2022