Como será a nova relação do Brasil com a China?

Com o governo brasileiro saindo das mãos de Jair Messias Bolsonaro e entrando nas mãos de Luiz Inácio Lula da Silva, é possível que a relação do Brasil com a China mude, segundo acredita Márcio Coimbra, Coordenador da pós-graduação em Relações Institucionais e Governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília. Além disso, o governo chinês também está diferente.

“O Brasil está diante de um novo governo e o mundo diante de uma nova China. O mais recente Congresso do Partido Comunista elevou Xi Jinping a uma condição de centralização de poder desconhecida desde os tempos de Mao Tse Tung. Isso significa que lidaremos com uma nova estrutura de poder e uma visão de mundo vista de Pequim diferente do que estávamos acostumados até então”, disse ele.

De acordo com ele, a China se dedica a “sufocar as liberdades civis em Hong Kong, reprimir muçulmanos de Xinjiang e a anunciar, para um futuro cada vez mais próximo, a anexação de Taiwan — pacificamente ou pela força”. Nesse caso, pode ocorrer algumas restrições globais na economia, visto que o tema dos direitos humanos nunca esteve tão em alta.

“A China foi além, responsável por investir e desenhar projetos de infraestrutura ao redor do mundo, desde os países africanos, passando pelas Américas e Europa e naturalmente a Ásia. A compra de terras por todos os continentes também entrou na agenda chinesa. Isto significa que aos poucos seus investimentos e interesses passam a guiar também a agenda de diversas nações”, indicou.

Agora, precisamos esperar para ver como o Brasil irá se mover neste intricado jogo, em que surge um país responsável por violações humanitárias, mas que também responde pela maior parte de nossa balança comercial. “Logo, o caminho que o novo governo brasileiro deve trilhar com a China é sensível, pois há muitos interesses em jogo. Uma relação bilateral que deve ser negociada com extrema cautela, onde estão inseridos elementos comerciais, humanitários, multilaterais e de soberania. Um intrincado xadrez que deve ser jogado pelo Brasil no campo da diplomacia com inteligência, visão e o pragmatismo de uma nação que pretende voltar a liderar seu continente”, concluiu.

Fonte: Agrolink

Data:11/01/2023