Estiagem ameaça milho em Minas Gerais

A estação do outono é conhecida pela gradativa diminuição das chuvas registradas em uma grande parcela do centro do território nacional. As chuvas ocorridas no mês de março são fundamentais para o pleno desenvolvimento das culturas nessas regiões, em vista dessa conhecida restrição hídrica nos meses seguintes.

Contudo, pelo menos nos últimos 30 dias, o padrão das chuvas já apresenta um forte comportamento de outono. E isso é refletido, por exemplo, na quantidade de dias sem chuvas.


No mapa acima, fica evidente nas áreas pintadas de vermelho escuro que uma grande parte do estado de Minas Gerais, norte do Rio de Janeiro, metade sul do Espírito Santo e sul da Bahia foram áreas que registraram uma grande quantidade de dias secos, praticamente todo o período de análise. Por mais que esta informação seja oriunda de estimativas, são dados com excelente representatividade no período.

A fim de validar esta informação, das 396 estações monitoradas pela plataforma do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no estado de Minas Gerais, em pelo menos 147 estações, aproximadamente 37% os registros são inferiores aos 10 mm ao longo de 30 dias de registro.

Este tempo mais seco começa a influenciar no vigor das lavouras sobre a região, sobretudo no milho segunda safra. De acordo com o monitoramento semanal das condições das lavouras, há uma tendência do registro de restrições hídricas de baixa intensidade sobre uma boa parcela do estado de Minas Gerais, sobretudo nas grande regiões de Campo das Vertentes até o Leste Goiano.


Entretanto, nas demais regiões do país, a previsão das condições hídricas seguem muito favoráveis para os cultivos, de acordo com este último boletim realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O que a companhia diz:

Soja - No RS, a colheita avança com produtividades abaixo do estimado. As chuvas de março favoreceram apenas as lavouras mais tardias. No PR, a colheita caminha para o final das operações e as produtividades mantêm-se baixas devido à estiagem. Em SP, a chuva reduziu o ritmo da colheita na última semana. Em MG, tem-se obtido boas produtividades conforme a colheita avança. Em GO, o tempo seco favoreceu o avanço da colheita, com boas produtividades em todo o estado. Em MS, a colheita alcançou 97% da área. Em MT, a colheita avança para o final e se mantém as boas produtividades. Na BA, a colheita avança no Extremo-Oeste, com boas produtividades e boa qualidade dos grãos. No TO, as chuvas atrasam a colheita. No MA, lavouras em ótimas condições, com colheita próxima do fim no Sul do estado.

Milho 1ª Safra - Em MG, a colheita alcança os 34% da área, com boa produtividade. Em SP, a colheita avança, com boas produtividades sendo alcançadas. Em GO, as primeiras áreas foram colhidas no Extremo-Sul, com boas produtividades. No PR, a colheita atinge 80%, com redução de produtividade devido ao clima adverso. Restante das lavouras no campo estão em boas condições. No RS, a priorização da colheita da soja atrasa a colheita do milho. As chuvas de março beneficiaram as lavouras mais tardias. Em SC, colheita na reta final com perdas devido à estiagem. No MA e PI, lavouras em diferentes estágios fenológicos e em boas condições. Na BA, a colheita avança lentamente no Extremo- Oeste, devido à umidade dos grãos, e a produtividade está abaixo da safra passada. No Centro-Sul, o tempo seco favorece a colheita

Milho 2ª Safra - No PR, o plantio aproxima-se do final, com as lavouras em boas condições. Em SP, a semeadura terminou. Em MG, reta final do plantio, com estiagem em regiões de produção relevante. Em GO, termina o plantio, com as lavouras, em sua maioria, em boas condições. Em MS, restam poucas áreas a serem semeadas. As lavouras estão em ótimas condições devido à regularidade das chuvas. Permanece a incidência de percevejo barriga-verde. Em MT, a semeadura foi concluída. As lavouras apresentam bom desenvolvimento vegetativo, e as perspectivas positivas quanto à produtividade aumentam a cada semana devido às boas condições climáticas. Na BA, o plantio está finalizado no Extremo- Oeste e as lavouras seguem com bom desenvolvimento vegetativo. Fim do plantio em TO e Sul do MA, com lavouras em ótimas condições. No PI, semeadura concluída e lavouras em boas condições de desenvolvimento. Há boa perspectiva de aumento na área semeada em relação ao ano anterior.

Algodão - Em MT, as lavouras de 1ª safra estão no início da fase de maturação, e as de 2ª safra alcançam a fase de formação de maçãs, ambas sob condições climáticas favoráveis. Na BA, as lavouras estão, em sua maioria, na fase de formação de maçãs. Na região Extremo-Oeste a condição climática é favorável à cultura, porém no Centro-Sul a falta de chuvas prejudica o desenvolvimento das maçãs. Em MS, boa condição climática, exceto por uma pequena parcela nas regiões Leste e Sudoeste. As lavouras estão finalizando a fase de formação de maçãs. Em GO, a condição climática é favorável. As lavouras ao Sul estão em fase avançada de formação de maçãs, ao Leste iniciando capulhos e as de 2ª safra em desenvolvimento vegetativo. No MA e PI, lavouras em boas condições.

Arroz - No RS, a colheita atingiu 50% no estado, estando mais adiantada na Fronteira Oeste. Devido às condições de estiagem e calor excessivo, há prejuízos no potencial produtivo. Em SC, as lavouras encontram- se em enchimento de grãos e maturação. Apesar das chuvas persistentes, a colheita está em 91% das áreas. Em Goiás, 97% da área está colhida. Em TO, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, mas as precipitações tem impossibilitado o avanço da colheita no estado. No MA, as lavouras estão em boas condições, com colheita incipiente

Fonte: Agrolink

Data: 29/03/2022