La Niña e custos mais altos apertam margens do produtor

As incertezas quanto ao resultado da safra de soja e milho nos Estados Unidos, o terceiro ano consecutivo de La Niña nas lavouras da Argentina e no sul do Brasil, além do aumento de custos provocado pela valorização do dólar, dão a tônica do mercado de grãos na temporada de 2022/2023, de acordo com a head de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint Global Markets, Thais Italiani.

“A incerteza do tamanho da oferta dos EUA tende a deixar o balanço ainda mais apertado. Conforme a colheita avança a produtividade vem se mostrando menor, e isso deve ter um impacto no balanço global de soja e milho”, observa a especialista.

Segundo ela, a safra dos EUA já acumula três safras num cenário mais apertado do que o previsto anteriormente. “O milho deve registrar um déficit esse ano. “Isso, na nossa leitura, são pontos que podem deixar ainda mais apertado o balanço mundial do milho”, acrescenta a especialista da empresa especializada em inteligência de mercado, consultoria, gestão de risco e soluções de hedge para commodities agrícolas e de energia.

Risco La Niña na América do Sul

No ciclo de 2022/2023, ocorre o terceiro ciclo consecutivo de La Niña, o que deve trazer mais impactos à produção. “Esse é outro fator que aponta para uma tendência altista devido ao risco climático (prêmio climático). O fenômeno está muito forte na Argentina e um pouco menos no sul do Brasil. Esse é o risco que vemos para produção de soja e milho na América do Sul.

Impactos da valorização do dólar no custo da produção

Em relação à alta do dólar, a especialista observa que, a princípio, esse é um fator altista, pois aumenta a inflação e traz maior custo de produção para a safra. A valorização da moeda americana gerou alta nos custos, reduzindo a margem de ganho dos produtores.

“O preço subiu, a remuneração está alta, porém o custo de produção está mais alto e subiram na mesma intensidade ou talvez até mais. Então, as margens dos produtores ficaram apertadas”, destaca Italiani. “Dado esse cenário de mais alta para commodities, a tendência é de um movimento altista nos próximos meses para soja e milho”, afirma.

Para a head de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint Global Markets, é o momento de colocar em prática gestão de ricos e estratégias de hedge para proteger contra flutuações desfavoráveis e preparar o negócio para os movimentos globais de oscilação de câmbio, preço e mudanças de oferta e demanda. “O câmbio também é imprescindível para completar o ciclo de gestão de risco integral em um mercado global como o de commodities. A fixação de câmbio, junto com a commodity, de maneira unificada e integrada, também é um instrumento para facilitar o controle e gerenciamento da sua posição”, afirma.

A análise é da hEDGEpoint Global Markets.

Fonte: Agrolink

Data: 25/10/2022